quarta-feira, 16 de junho de 2010

IMPLANTANDO AS MUDANÇAS


Durante o tempo que passamos em São Paulo, consegui ensinar o Elian a apontar para uma borboletinha num livrinho de historias. Aproveitei um momento que ele estava conectado comigo. Falei e apontei várias vezes para o desenho falando: BOR BO LE TI NHA! Bem devagar, e depois falei normal: Olha Elian, a borboletinha! Peguei o dedinho dele e coloquei na figura e falei novamente: Borboletinha! Ai eu arrisquei perguntar: Elian cadê a borboletinha? E ele bem tímido e sem estar com o dedinho reto, encostou na figura. Eu gritei tanto! Joguei o Elian várias vezes pra cima dizendo: Parabéns! Você acertou! Viva! Viva! E percebi que a festa o deixava mais confiante de apontar a figura! Percebi que a borboletinha estava presente em todas as páginas do livrinho, mas em lugares e posições diferentes. No outro dia perguntei novamente e ele bem rápido apontou, então, virei a página e perguntei novamente e ele olhou e começou a procurar com o olhar, quando ele achou ele apontou, e eu novamente comecei a vibrar! Assim, ele começou a apontar. Vocês podem me perguntar se eu já tinha feito isso antes? Sim, eu já tinha tentado isso diversas vezes, mas ele não olhava as figuras, apenas virava as páginas do livro e era muito resistente a intervenções de auxilio.
Quando chegamos a Maceió novamente, estávamos com a cabeça fervendo com tantas coisas para por em prática! O Elian após, chegar em casa, voltou a abrir e fechar a porta de correr e de jeito nenhum queria sair dali. Fiquei preocupada, vi que as mudanças alteram muito o comportamento dele. Mas como estava com as ferramentas, segui em frente. A primeira coisa que e fiz foi estabelecer a rotina do Elian. Depois montar o quarto de brincar. E planejar fazer isso diariamente, mesmo sem estar com o quarto totalmente pronto. Depois decidimos reduzir o tempo em frente à televisão em 90%, para que nós pudéssemos ficar mais atraentes para ele. Começamos a ministrar a vitamina B6 com magnésio. Decidimos ser mais responsivos e menos diretivos. Marcamos uma reunião na escola para conversamos com as profissionais que trabalham junto a ele, em especial a Nínive que é a acompanhante dele na sala. Contamos sobre a viagem e sobre como iríamos começar a agir com o Elian. No primeiro momento nós queríamos trabalhar o contato visual. Então, quando ele quisesse alguma coisa, solicitaríamos a ele que nos olhasse nos olhos. Falamos isso a elas e falamos também que queríamos que agissem na maior parte do tempo de modo responsivo com ele. Elas prontamente aceitaram e se dispuseram a acompanhar o processo.

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